Fãs da música eletrônica têm cardápio para se fartar
Calendário do gênero no Brasil tem diversas atrações importantes.Ricardo Villalobos, LCD Soundsystem e Chemical Brothers são alguns dos nomes.
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Chalky Lives/Creative Commons License
Público em apresetação dos Chemical Brothers (Foto: Chalky Lives/Creative Commons License)
Prepare os bolsos e separe aquele par de tênis bem confortável, porque seus pés vão precisar. Nunca um fim de ano, tradicionalmente saturado por shows e festivais, foi tão bem servido de atrações de música eletrônica. De outubro a dezembro, um enxame de DJs e produtores de primeira linha mandam seus beats por aqui. Por três meses, vai parecer que estamos em Londres ou Berlim. É para mergulhar de cabeça e lamber os beiços.
Veja o calendário da música eletrônica no país até o fim do ano
Puxando o bonde está Ricardo Villalobos. Tido como um deus na Europa, o meio chileno, meio alemão traz seu som minimal para São Paulo. Avesso ao formato tradicional de álbum, o DJ prefere lançar maxi singles. E põe maxi nisso. Algumas de suas músicas podem ter mais de 30 minutos, remixes nunca têm menos de nove. O que gera muita polêmica: uns veneram, outros não agüentam cinco minutos.
Mas o fato é que o moço talvez seja o nome mais, hum, instigante da dance music hoje, justamente por promover algumas rupturas estéticas, o que pode ser comprovado no recente e festejado "Fabric 36". Nos seus sets, o clima é animado e de cara mais formal, longe das viagens longuíssimas dos singles.
Inaugurando novembro tem o Booka Shade. Dupla de primeira grandeza da geração de produtores alemães, é a segunda vez que tocam no país. Os dois são donos dos hits gigantescos "Body language", "Mandarine girl" e "In white rooms", e são das grandes atrações dessa leva: o live PA da dupla, muito baseado no disco "Movements", correu o mundo e aportou nos principais festivais de verão europeus, e não só os eletrônicos.
Os Chemical Brothers não precisam de muita apresentação: vêm pela terceira e mais uma vez só para os paulistanos. Apesar do disco novo relativamente fraco, é para se esperar um showzão, com aquele banquete de pancadas agressivas e profusão de luzes psicodélicas.
James Murphy e seu LCD Soundsystem também fazem repeteco e dessa vez trazem na bagagem o ótimo disco “Sound of silver”. É a terceira vez da banda por aqui, e tem cara de que vai ser a melhor. Para completar o time titular, dois resistentes: a dupla belga 2 Many DJs ainda mostra o fôlego da cultura dos mash-ups, e o canadense Tiga tenta nos convencer de que ainda há alguma coisa relevante no novo electro.
Para os que não cansam nunca, ainda há uma série de nomes de porte médio e menos badalados, mas nem por isso piores, tocando em noites fixas de clubes espalhados pelo país. Antenas ligadas!